* Do tempo realizado e do tempo sonhado *

30 de mar. de 2011

Feliz aniversário Curitiba!

Quase ía deixando de homenager minha Curitiba, que completou ontem 318 anos. Quis postar uma foto para o texto mas Curitiba é tão linda que ficou difícil de escolher ...
Não sou curitibana, sou carioca. E por isso mesmo uma apaixonada por esta cidade que tão serenamente me acolheu. Curitiba não é imponente e agitada como Sampa nem festiva e movimentada como o Rio de janeiro. Curitiba é mansa, serena, e nos cativa sem nos darmos conta. Somos abraçados e envolvidos pelas suas ruas quietas e arborizadas, pelos parques preguiçosos. Aconchegados pelo seu inverno,  seus outonos, suas primaveras, pelos seus Ipês multicoloridos. Curitiba é plural .
Cidade sem mar, entregou-se ao verde. Elegeu o óbvio.  O simples.  O evidente.

Parabéns Curitiba!

Beijos meus, de ¨leite quiente¨!

24 de mar. de 2011

Disfarça, tem gente olhando.
Uns, olham pro alto,
Cometas, luas, galáxias.
Outros, olham de banda,
Lunetas, luares, sintaxes.
De frente ou de lado,
Sempre tem gente olhando,
Olhando ou sendo olhado.
Outros olham para baixo,
Procurando algum vestígio
Do tempo que a gente acha,
Em busca do espaço perdido.
Raros olham para dentro,
Já que dentro não tem nada.
Apenas um peso imenso,
A alma, esse conto de fada.

Paulo Leminski
¨O que é a mulher senão a mistura de um poço de ternura e a fúria de um vendaval? Se não reunir em si estes dois estados de espírito é meia mulher. E meia mulher é o mesmo que mulher nenhuma ¨

Não lembro o autor. Se alguém souber me diga.

22 de mar. de 2011

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.

Clarice Lispector

17 de mar. de 2011


Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para si mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma."

Carlos Castañeda

O charme e a tradição dos cafés: Café Central - Budapeste - Hungria


O interior em 1910. As cadeiras serviram de modelo às de hoje.
Após a II Guerra Mundial, que devastou grande parte da capital, o Café Central foi degradado a cafetaria de meia tigela com serviço de balcão. A arquitectura interior e exterior foi afectada e o local ficou irreconhecível. Em 1949, o recém-instaurado regime comunista encerrou o que restava do café, reflexo também da supressão da iniciativa privada e das liberdades de reunião e expressão. Café literário não rimava muito com totalitarismo.


 

Estado irreconhecível do Café Central em 1946-1949.
Durante o meio século seguinte, apenas um porta.
O edifício teve utilizações várias, consoante a tendência política de cada período. Foi sede, no tempo do estalinismo puro e duro, da Companhia Nacional de Paprika, empresa estatal com o monopólio do comércio da malagueta e colorau! Passou, depois da revolta de 1956, a cantina dos trabalhadores de construção do Metro e, a partir de 1965, a club de estudantes universitários. Foi salão de jogos electrónicos no imediato pós-comunismo. Ao longo de meio século, a destruição do local tornou-se praticamente irreversível. Apenas algumas fotografias coevas, sobretudo as de György Klösz (1844-1913), permitiram conservar uma leve memória dos tempos gloriosos do Central Café.
O edifício foi comprado no final dos anos 90 por Imre Somody, um milionário úngaro filantropo.
Com o seu dinheiro e crédito bancário, o prédio foi todo restaurado por dentro e por fora e devolvido à sua função e pompa originais. Isso foi feito entre 1997 e 1999, no respeito, sempre que possível, da traça e atmosfera originais, mas com recurso a soluções renovadoras, sob a direcção do arquitecto Gábor Gereben, que também foi o grande impulsionador da ideia de reconstrução do café. A obra custou cerca de um milhão e meio de euros.
Depois da inauguração solene, que teve lugar em Janeiro de 2000 com a presença do burgomestre Demszky e do primeiro ministro Orbán, a chave do novo Central foi lançada pelo proprietário ao Danúbio gelado, para que as portas do café jamais voltem a fechar, de acordo com uma tradição iniciada um século antes pelos clientes do New York Kávéház - outro café literário histórico de Budapeste.






Café Central de Budapeste hoje. Elegantíssimo, não?
Imagine um happy hour em ótima companhia?  Maravilha!

12 de mar. de 2011

 Sonhar é não limitar-se!
        

Surreal







Voyeur

Te vejo
teu tempo de andar
teu jeito de olhar
as mãos, o pegar
Te vejo
acender o cigarro, o rosto inclinado
o flash do fogo
a mecha na testa, a manga a camisa,
as costas, o ombro 

o braço que agarra 
os dentes  mordendo
Te vejo

na água, o chuveiro
te olho e cobiço
Cobiço e te olho

e dizes que sim
Tuas mãos e o isqueiro
o rosto inclinado
Te olho e me molho
escorro de mim.


Vanessa

9 de mar. de 2011

Minutinho nostalgia



Dar um tempo

........... Os pratos vão quebrar, haverá choro, dor de cotovelo, ciúme, inveja, ódio. É natural explodir. Não é possível arrumar a gravata ou pintar o rosto quando se briga. Não se fica bonito, o rosto incha com ou sem lágrimas. Dar um tempo é se reprimir, supor que se sai e se entra em uma vida com indiferença, sem levar ou deixar algo. Dar um tempo é uma invenção fácil para não sofrer. Mas dar um tempo faz sofrer pois não se diz a verdade.

Dar um tempo é igual a praguejar "desapareça da minha frente". É despejar, escorraçar, dispensar. Não há delicadeza. Aspira ao cinismo. É um jeito educado de faltar com a educação. Dar um tempo não deveria existir porque não se deu a eternidade antes. Quando se dá um tempo é que não há mais tempo para dar, já se gastou o tempo com a possibilidade de um novo romance. Só se dá o tempo para avisar que o tempo acabou. E amor não é consulta, não é terapia, para se controlar o tempo. Quem conta beijos e olha o relógio insistentemente não estava vivo para dar tempo. Deveria dar distância, tempo não. Tempo se consome, se acaba, não é mercadoria, não é corpo. Tempo se esgota, como um pássaro lambe as asas e bebe o ar que sobrou de seu vôo. Qualquer um odeia eufemismo, compaixão, piedade tola. Odeia ser enganado com sinônimos e atenuantes. Odeia ser abafado, sonegado, traído por um termo. Que seja a mais dura palavra, nunca dar um tempo. Dar um tempo é uma ilusão que não será promovida a esperança. Dar um tempo é tirar o tempo. Dar um tempo é fingido. Melhor a clareza do que os modos. Dar um tempo é covardia, para quem não tem coragem de se despedir. Dar um tempo é um tchau que não teve a convicção de um adeus. Dar um tempo não significa nada e é justamente o nada que dói.

Resumir a relação a um ato mecânico dói. Todos dão um tempo e ninguém pretende ser igual a todos nessa hora. Espera-se algo que escape do lugar-comum. Uma frase honesta, autêntica, sublime, ainda que triste. Não se pode dar um tempo, não existe mais coincidência de tempos entre os dois. Dar um tempo é roubar o tempo que foi. Convencionou-se como forma de sair da relação limpo e de banho lavado, sem sinais de violência. Ora, não há maior violência do que dar o tempo.
É compatível em maldade com "quero continuar sendo teu amigo". O que se adia não será cumprido depois.


Fabricio Carpinejar

Comprimidos

Beber com leite
É comum muita gente adotar o hábito de tomar o comprimido com leite na tentativa de proteger o estômago da agressão provocada pela química do remédio . A medida até é benéfica, mas para os casos em que a pessoa está em jejum. Só que mesmo assim, a prática deve ser feita somente sob orientação médica. "O leite pode cortar o efeito de alguns medicamentos, como é o caso de antibióticos, pois ele irá fazer com que o estômago libere o suco gástrico, que poderá anular a ação do medicamento", diz Flácio Tocci. "Já os anti-inflamatórios são aconselhados para serem tomados com leite, pois o estômago será preparado para receber o comprimido, evitando que dores apareçam. Mas, sempre que houver a possibilidade da ingestão do comprimido com leite, o médico deverá orientar o paciente", explica.

Partir ao meio
Outro procedimento muito comum para quem faz uso de comprimidos é quebrá-los ao meio. E aí os motivos vão desde adaptar uma dosagem superior a da receita; fazer o medicamento durar mais dias do que o previsto, para facilitar na hora de engolir ou até mesmo para atender a recomendação do próprio médico . Só que a medida pode comprometer o tratamento em razão da dosagem que não é respeitada.Partir o comprimido pode alterar a dose por vários fatores. Quando é quebrado, normalmente há uma perda. Aquela parte que se esfarela dificilmente é recuperada e consumida. Outro ponto é que, muitas vezes, as substâncias da formulação do medicamento também estão concentradas em níveis diferentes nas duas metades do comprimido. Isso sem contar que é difícil alguém conseguir partir o comprimido exatamente ao meio. De acordo com Flávio Tocci, o ideal é sempre procurar a dosagem que foi prescrita pelo médico. "Quando há a necessidade de partir, existem os comprimidos sulcados (linha que facilita o corte) que possibilitam a quebra e a partição fica mais precisa", afirma o clínico geral. "Outra técnica é usar aparelhos específicos, como os trituradores e partidores de comprimidos à venda nas farmácias."

Fonte:
www.minhavida.com.br

8 de mar. de 2011

7 de mar. de 2011

08 de março: Parabéns para nós

Maria da Penha

Rachel de Queiroz
 
Leila Diniz
 
Carmen Miranda

¨Maria bonita¨

4 de mar. de 2011

Porque hoje é Carnaval



Reis, odaliscas, havaianas, melindrosas, piratas, árabes ou um short e uma camiseta, pouco importa: o sonho começou e será sonhado sem nenhum pudor até a quarta feira de cinzas. 
Tudo pára: as dores param, os problemas param, as brigas param, as multas de trânsito param, a dieta pára, as dívidas param, a tristeza pára. Faz-se uma trégua na rotina diária, no transito,  nas questões sem solução, nas discussões com o chefe, com os amantes, com Deus!
Acontece um apito ao longe, o ronco da cuíca, o bumbo ecoando, a primeira batita ritmada no tambor, na alma, nos sonhos, no sangue e pronto: faz-se o carnaval!
Todo o resto do universo; o início, o meio e o fim ficam para depois.
Nada vai impedir a carne de exorcizar-se em clubes, praças, avenidas. Nada impedirá a explosão da alegria contida, aquele beijo suado, aquele abraço inesperado, aquele sorriso embevecido a quem passa e, só porque é carnaval, será retribuído com a doçura e alegria dos cúmplices desconhecidos, dos amigos imediatos. Um olhar de relance, um gesto no ar e eles seguem entrelaçados...
O carnaval está servido!


Vanessa