* Do tempo realizado e do tempo sonhado *

25 de dez. de 2013

Princesas


Nas lojinhas da Disney são vendidos os personagens dos desenhos animados para serem colocados na antena do carro.  São vários:  Mickey, Minie, Nemo, stitch, a coroa das princesas, etc...
Comprei três quando estive lá. O stitch, que infelizmente ficou  muito encardido com o tempo e ao lavá-lo acabou muito feinho;a coroa da princesa, toda rosa com pedras rosas e o Mickey, que ainda está guardado.
Atualmente estou usando a coroa rosa, que acho linda. E tenho percebido com carinho certas diferenças. Quando usei o Stitch eram os meninos e os adultos que gostavam. 
Já a coroa das princesas faz a alegria das meninas!  Elas sorriem empolgadas apontando pelo vidro dos carros, param nos estacionamentos dos Shoppings, olhando encantadas.

Que fascínio é esse que as princesas encantadas exercem sobre nós mulheres desde pequenas?  Coroas de pedras preciosas, vestidos esvoaçantes e, claro, os príncipes encantados; que com o tempo descobrimos que não existem. E mesmo depois que descobrimos que eles não existem, talvez por isso mesmo, nosso fascínio perdure

20 de dez. de 2013

A verdade é que ando sentindo tudo a minha volta de uma forma mais feliz e sensível.  Ando reparando melhor as pessoas, olhando-as com mais compreensão. 
Reparando melhor a natureza, plantinhas e florzinhas. Serio. 
Outro dia, passeando com a Minie, cismei de abraçar uma das árvores, a mais linda, aqui perto de casa e a abracei com tanto carinho e senti uma energia tão forte e acolhedora vindo dela que minha vontade era de ficar ali pra sempre.  Pena ter que soltá-la diante do espanto dos transeuntes e dos carros que passavam.
Ando ajudando as pessoas, me sinto mais paciente em situações que normalmente teria me estressado.  
Ando me estranhando...
De uns tempos pra cá tenho me sentido envolvida em uma luz de fraternidade e compreensão que tem me extasiado.  É uma sensação profunda e ao mesmo tempo natural, como se um doce perfume sempre exalasse das paredes da minha casa, da minha rua, ao meu redor, da minha própria pele e que só agora eu estivesse preparada para senti-lo. 

Vanessa

8 de dez. de 2013

Adotar um animal é maravilhoso, porém...

Creio que a maioria que lê este espaço sabe que perdi meu cachorrinho, o Yuri, em janeiro. Ele tinha quase dezesseis anos e morreu em conseqüência de um AVC.
Foi um sofrimento terrível e só quem já perdeu um companheirinho sabe a dor que é.  O tempo tem me curado aos poucos transformando minha dor em  doce lembrança.
O tempo foi tão meu amigo que dia 15 de abril deste ano, três meses após minha perda, colocou em meu caminho uma anjinha que batizei de Minie. Minie foi achada por uma amiga e quando vi sua foto tive a certeza que queria adotá-la.
Minie estava nas ruas, provavelmente sofrendo maus tratos, magrelinha, triste e arredia.  Mal se podia tocar nela que ou chorava ou mostrava uma fileira de dentes desparelhados. Segundo o veterinário aparentava entre entre oito e dez aninhos. Uma senhorinha.
Não a vi quando foi achada mas soube que tinha um cheiro ruim e precisou de três banhos seguidos para ficar limpinha.  Pesava apenas 2 quilos; é uma mestiça de pequinês com ¨alguma coisa¨.   No pescocinho, uma coleira muito grossa e pesada que já estava podre!  Esta foi a primeira foto que vi  da minha magrelinha, já de bainho tomado e vacinada:


 Porque o título ¨Adotar é maravilhoso, porém...¨

Quando adotamos um animalzinho a nossa tendência é ter pena dele por tudo que já passou. Subestimamos a capacidade dos animais de recuperação física e emocional, muitas vezes projetando nossas próprias tristezas pela perda de um outro animal que fazia parte da família.  Confundimos nossos sentimentos achando que ao recebermos um novo companheiro teremos alguém que virá para nos consolar pela nossa perda.
GRANDE ENGANO!
E foi caindo neste engano que comecei a tratar a Minie como tratava o Yuri. Ambos com personalidades totalmente distintas:
Yuri foi pensado e planejado por quase quatro anos, nos termos do cão que eu desejava para o meu estilo de vida na época. Veio com três meses, foi paparicado demais,  ¨um filho único mimadinho¨. 
Era brinacalhão, muito afetuoso, sempre ao meu lado porém latia muito quando queria algo e não sossegava enquanto eu não o atendesse. 
Enfim, era inseguro, sem limites e sofria muito emocionalmente por isso. Mas eu o adorava do jeitinho que ele era.  Comigo era só dengos e carinho. Nos entendíamos com um olhar e foi um companheirão por todos os anos em que esteve ao meu lado. E são doces as lembranças.

Minie chegou e comecei a paparicá-la, a ter peninha dela, agrados toda hora, caminha e paninhos cor de rosa, coleiras peitorais cor de rosa, queria lhe dar a vida cor de rosa de amor e mimos que supus que ela sentisse muita falta.  Projetei o Yuri na Minie e vocês devem estar imaginando o desastre.  
Adotar exige dedicação, amor, muita paciência e respeito. 
Minie começou se recusando a usar a coleira peitoral ( mais segura e confortável ) .  Custei a entender sua expressão corporal, não sabia se era medo da coleira, se machucava ou o que!
Troquei por uma coleira de pescoço e ela aceitou bem.
Nos primeiros passeios Minie se escondia debaixo dos carros estacionados cada vez que alguém caminhava em nossa direção. Levou dias para que a acalmasse, para que ela percebesse minha presença nos passeios.  Minie me rejeitou até bem pouco tempo atrás. Não confiava,  não aceitava quase nenhum carinho, só cafuné na cabeça. Me mordia quando eu tocava no seu corpo e na barriga. 
Fiquei preocupada e resolvi que teria que ir de novo ao veterinário porque achei que estava prenhe. Fizeram ecografia na barriguinha e para sorte nossa, sem bebês.  Depois de uns dias, castração. E estando os dentes em péssimo estado, um tempo depois foi feita a retirada de tártaro e radiografias para saber porque não se podia tocar na suas costas, perto do rabo.
Tudo bem.  Não acusou problema físico. Comecei a perceber que seria medo talvez por mordidas de outros cães ou maus tratos por humanos.  Cheguei à conclusão que não tinha nada a ver com outros cães porque Minie adora fazer amigos caninos, felinos e não se intimida com tamanho; pelo contrário, é uma simpatia só.  E é esperta quando precisa impor limites aos mais afoitos.

Ainda não sei entender direito seu olhar e sua expressão corporal. Sempre muito séria e parecendo distante na maioria das vezes. Ela volta e meia faz questão de me manter à distância.  Eu sei  que isso é normal, principalmente porque estamos juntas a pouco tempo  e um bichinho adotado já adulto, requer um tempo de adaptação; mas saber é uma coisa e vivenciar  é outra.   

Com o tempo, tivemos que nos adaptar uma à outra. Cada uma foi descobrindo e respeitando o espaços delimitados, as nossas rotinas. Ela é inteligente  e aprende muito rápido. A cada dia se mostra mais carinhosa e começamos a nos entender.  Engordou e está com cinco kgs agora e um pelo brilhante e sedoso!
Minie não é uma bonequinha a ser paparicada. É uma senhorinha que já passou por poucas e boas e sabe bem o que quer e o que é bom pra ela.  E às vezes tenho minhas dúvidas se ela sofreu maus tratos ou se é da sua personalidade mesmo ela ser assim ranzinza e me morder de leve quando não gosta de algo. 
Estamos tranqüilas e cada vez mais felizes. Ela está cada dia mais receptiva à tudo e a todos. Fica na porta sentadinha esperando ser apresentada a quem me visita e receber um carinho; depois vai pro seu travesseiro e fica na dela, observando.  É tímida e reservada e respeito sua personalidade. 
Já faz festa quando chego em casa, do jeitinho dela.
A cada dia mais brincadeiras e bagunças ( e menos mordidas! ). 
Passeamos de duas a três vezes por dia, algumas vezes por quase uma hora. Ela está saudável, é forte e resistente e ama passear. Tenho até dormido melhor à noite com tanta rua!

Poderia escrever por horas sobre meu aprendizado ( que não é fácil )  com este convívio e como ela me faz bem.  Estávamos predestinadas e não sei o que me fez escolhê-la assim, do nada, quando vi sua foto. Só sei que está valendo muito a pena!

Minha Miniekita atualmente : ( clique encima para ampliar ) 



Beijos, Minie

7 de dez. de 2013

¨Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar¨.

Nelson Mandela