* Do tempo realizado e do tempo sonhado *

29 de set. de 2013

Um homem entra num bar, no terraço de um prédio, e senta-se perto de um sujeito.
___  O que você está bebendo? __  pergunta ele.
___  Cerveja mágica __ responde o outro.
___  Ah, é? O que há de tão mágico nela?
O sujeito decide lhe mostrar:  ele bebe um pouco da cerveja, pula do terraço, sobrevoa o prédio e volta para onde estava.
___  Impressionante!  Quero experimentar um pouco __  diz o homem, que pega a cerveja, bebe tudo, salta do terraço e cai de uma altura de nove metros.

O barman  balança a cabeça e comenta com o primeiro sujeito:

___ Sabe, você é um verdadeiro imbecil  quando está bêbado, Super- Homem.

( Revista Seleções )


25 de set. de 2013

Resposta para Priscila


Outro dia, a filha da minha visinha, Priscila, estava triste e comentou comigo  que não tinha amigas. Que suas amizades são interesseiras, e como ela costuma ser uma pessoa alto astral, só a procuram para conversas amenas e divertidas, conversas para dar risada; nunca em momentos difíceis de tristeza quando ela mais precisa tê-los por perto. Que se sente sozinha e não sabe o que fazer. 
Priscila tem vinte e um anos, linda, querida e divertida. E me autorizou a lhe responder aqui. 
Detesta Orkut e facebook porque as pessoas têm ¨quinhentos amigos¨ e não tem nenhum. Tiram muitas fotos e fingem que são populares mas que no fundo são tão ou mais sozinhas do que ela.

Querida Priscila:
É assim mesmo. Infelizmente, raríssimas pessoas estão interessadas em amizades verdadeiras, daquelas para toda hora,  daquelas de antigamente.
E acredito sinceramente que não seja por mal.  Os tempos são outros; existem tantas substituições para uma boa amizade!  filmes em casa para distrair os olhos, jogos para distrair a mente e redes sociais para distrair o coração.  E os corações estão solitários, Priscila. Tão ou mais solitários que o seu. Porque o nosso tempo é agora e o agora do mundo é isso aí.  É o que temos pra hoje, salvo raras e doces exceções:   as ¨agulhas no palheiro¨.
Nós, ¨mais velhos¨, também sentimos essa impossibilidade, também batemos de frente nesse  ¨muro¨ onde  se escondem as belas relações. Temos todos nossas dores e vamos empurrando as necessidades com a barriga, às vezes até sem admiti-las.
Não temos mais condições para ficar remexendo em palheiros em busca das agulhas...
E aí, nós seguimos iludidos (?) acreditando  que temos mil amigos e quando precisamos apenas de um, muitas vezes ele nos falta porque está perdido, tentando também se encontrar e nos encontrar.  

Pois é, querida Priscila, no fim das contas me solidarizo  e te admiro.  Não te interessa o corpo das modelos, dinheiro fácil, futilidades ¨fashions¨,   relacionamentos por interesse, ...
Só quer amigos verdadeiros, essa coisa ultrapassada.

20 de set. de 2013

Os amores de Guimarães Rosa



¨ Creio, firmemente, que os animais têm alma, e que, algum dia, sob não sei que forma, havemos de rever os nossos - aos quais o amor desinteressado uniu, e, ainda mais, talvez o sofrimento ¨  ( Guimarães Rosa,  em carta ao seu pai ) 

... Quem ía ao apartamento do mineiro em Copacabana logo notava que ele se misturava aos bichos. Íntimo, comungante, ao lado de seus gatos aveludados e de seu amado pequinês Sung. Se alegrava ao contar sobre eles aos amigos e familiares. 
Não abria mão das caminhadas vespertinas ao lado do mimado pequinês Sung. 
Passeio, segundo o escritor, ¨que era o de não querer ir longe nem perto, mas buscar o certo no incerto do caminho¨.
... Rosa ficou arrasado quando o companheiro Sung morreu. Enterrou o cão em um cemitério de animais , com a lápide carinhosa: ¨Sung. Sunguinho de Deus¨.  Sempre se emocionava ao falar dele e ía visitar seu túmulo todos os meses. 

Guimarães e Sung , sempre ao seu lado. 

( Trecho retirado do Almanaque Brasil )

8 de set. de 2013

7 de set. de 2013

Leda Nagle entrevista Carlos Drummond de Andrade - 1981

O POETA

Meu primeiro emprego  foi nos Correios.  Eu trabalhava na Agência Copacabana - no posto 6. 

Carlos Drummond de Andrade, que morava quase ao lado,  mantinha lá uma  caixa postal. Ele ía, duas a três vezes por semana pegar a correspondência.  Era um alvoroço só a sua chegada. Nós funcionários, por respeito e timidez, nunca o importunávamos e morríamos de inveja da Dª  Olga, uma querida colega, mineira como ele, pelas demoradas conversas que mantinham.  

Eu, fã que era e sou,  tinha verdadeira loucura para pedir um autógrafo.  Comprei um livro de poemas reunidos e perguntei à Dª Olga se ela não conseguiria um autógrafo pra mim. 
Fiquei feliz e guardei o livro na gaveta da minha mesa para quando ele fosse pegar a correspondência. 
Qual não foi minha surpresa um dia, uma colega me disse que Carlos gostaria de falar comigo.

Peguei o livro e fui , quase correndo, absolutamente emocionada. 
Carlos me recebeu com um sorriso  gentil,  fez duas ou três perguntas que acalmaram minha ansiedade  e lhe entreguei o livro, cuja dedicatória  gentil e afetuosa  me sensibiliza até hoje.   
       
  
                 

6 de set. de 2013

Saudades de Sampa

Chegando...
Os que andam com segundas intenções não conseguem enganar ninguém. Está na cara...
O perigo mesmo __  porque é invisível  __ está nos que têm terceiras intenções.

Mario Quintana

Eu aqui para vós aí

Pic nic é normal, ¨farofeira da alegria¨,  compartilhando novidades mas  ciente da vida real.
Poemas e brincadeiras, soprados aos vossos corações.  
Animais livres de notícias de maus tratos, alegres e perfumados.  Cães e gatos fazendo pipi juntos, em árvores virtuais.    
Aqui, agora, feliz. Eu daqui não saio,  daqui ninguém ¨me tira¨ .

( Este pequeno texto é um carinho aos meus amiguinhos  do Facebook )