* Do tempo realizado e do tempo sonhado *

18 de out. de 2014

¨Vai saber se não provocou¨!

Uma mulher sozinha, seja divorciada, viúva ou solteira; que more só, por mais independente que seja, tem que matar não um leão mas vários leões por dia para se impor, resolver problemas referentes à casa, ao carro e a quaisquer situação em que precise dos serviços de um profissional em sua casa. Um profissional que, como o nome diz, deveria trabalhar bem, de forma respeitosa. E o mais importante : Fazer o mesmo serviço em qualidade e preço que faria a um homem sozinho ou a uma família.
Nós mulheres que moramos sozinhas, donas de nossos narizes, pagamos um alto preço pela nossa independência. Podemos ter tido dez maridos, cinco irmãos lutadores de MMA, se no momento estamos sozinhas, quase sempre vamos passar por situações de constrangimento, olhares maliciosos, insinuações com duplo sentido e, em último caso de descaramento e machismo exacerbado, levar mesmo uma ¨cantada¨ ( tem homem que não tem noção ). 
As ainda casadas não tem ideia de como é. Sorte delas. São os respectivos maridos que recebem o pedreiro em casa e dizem o que querem e como querem e tudo é feito como combinado, sem atrasos, sem enrolação, sem custos extras; são os santos maridos que vão à loja exigir a troca de um produto ou reclamar de um defeito e nunca ouvem:  ¨ Ninguém reclamou desse produto...Só a senhora ¨; são os corajosos maridos que vão à Delegacia de Furtos e roubos  dar queixa  e ouvem: ¨Sim Dr, pois não, Dr, faremos o possível, Dr¨! 

Isso sem falar ao sofrermos abusos mais graves, como o preconceito das próprias mulheres, como aconteceu  há algum tempo comigo e um pedreiro. Ouvi sem querer da porteira do prédio:
¨Vai saber se não provocou¨!
E a síndica, também mulher, também sozinha, também vítima dessas situações, ao saber disso sequer tomou alguma atitude.

9 de out. de 2014

Ando sumida. Tenho tanto para escrever, vão caindo umas sobre as outras minhas ideias que acabo por desistir.
Volta e meio abro o Blog e penso que quero escrever. Toda semana.  
Até semana que vem então. 

Que amor é esse que enternece os corações selvagens? Que faz a natureza inóspita e desconhecida se entregar em doce afeto?
Que amor é esse que me comove, que partindo correntes inimagináveis é tecido em fina seda?