Morreu hoje MANOEL DE BARROS. Um dos maiores poetas da língua portuguesa.
1916 - 2014 |
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Não saio de dentro de mim nem para pescar.
As palavras me escondem sem cuidado.
Não gosto de palavra acostumada.
Não saio de dentro de mim nem para pescar.
As palavras me escondem sem cuidado.
Não gosto de palavra acostumada.
“Menino do mato”, 2010
A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas
“Retrato do artista quando coisa”, 1998
2 comentários:
Manoel de Barros, tudo de bom!!!!! Confesso minha ignorância,mas não o conhecia,infelizmente outro dia no noticiário, ouvi sobre sua morte e agora ao entrar no seu blog vejo esse poema, fiquei pensando sobre incompletudes e esta frase maravilhosa:
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito..... só posso dizer genial!!!
Oi Adriano! Que bom você aqui!
Pois é, são tantos e tão lindos os poemas dele e fazem pensar que foi difícil escolher só dois...
Beijos e bem vindo sempre!
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