Estátua sobre túmulo |
Outro
dia, sendo entrevistada no Programa do Jô, a escritora Maria Adelaide Amaral disse
que gostava muito de passear em cemitérios.
Pois
eu também! Pelo menos no Cemitério São João Baptista, no Rio.
Lembro
que sempre no último dia de aula do ano, ou em alguma data que considerávamos
importante, eu e mais duas colegas ( éramos adolescentes ) comprávamos Coca cola, cachorro quente e
ficávamos passeando entre os túmulos, com estátuas cada uma mais bonita que a
outra, lendo os epitáfios e fazendo concurso de qual o mais triste ou o mais
bonito. Túmulos desde 1915, com anjos
guardiões, santas, réplicas de objetos. Fizemos esses passeios por uns quatro
anos. Andavamos apenas, conversando.
Nunca esqueci de um rapaz que
morreu em 1968, com apenas 18 anos . Seu túmulo é lindo e a família mandou
fazer uma estátua de bronze em tamanho natural do seu cachorro, um cocker,
deitado sobre a lápide, como quem toma conta.
Ficamos tão tocadas!
Não sei da conservação do
cemitério atualmente mas era muito bonito, com árvores, flores, caminhos de pedra.
Só gostávamos de ir quando
ele estava vazio, tranqüilo e em dias ensolarados. Nunca achamos que fosse um passeio lúgubre ou
assustador. Para nós era como um parque.
Volta e meia vou ao Rio e
penso em dar um pulo lá, rever alguns túmulos, tirar até fotos, quem sabe. Mas
acabo esquecendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário